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«O sóbrio bordado das Caldas da Rainha»

Um bom exemplo de uma arte que tem estado confinada ao têxtil e à decoração e que gostaríamos de "reinventar", aplicando-o a acessórios de moda com design renovado. Este é um saber que não se pode extinguir, por isso pensamos apostar no papel social do nosso projeto junto das artesãs que orgulhosamente laboram neste bordado.

«Os bordados das Caldas da Rainha, caracterizados pela simetria e sobriedade, mantêm-se como um marco do património cultural da região Oeste. Um saber fazer transmitido de geração em geração, hoje mantido por dez artesãs. Conta a lenda que a tradição destes bordados terá sido introduzida nas Caldas pela Rainha Dona Leonor no final do século XV.»

«Estes bordados [...] distinguem-se de todos os outros pela «simetria» sendo que são normalmente aplicados em toalhas e colchas, servindo sempre para efeitos de decoração.

Os temas são diversos, sendo os mais comuns, explica Liseta Pereira, os aranhiços, as espirais, os ângulos, os pássaros, os corações, as coroas, os camaroeiros (emblema da cidade das Caldas). «O bordado das Caldas é também muito rico em pontos», diz Liseta. Os mais usados são o ponto de recorte, formiga simples, formiga dupla, pé de flor em relevo, ponto de rede, ponto de coroa, ponto trança, pé de galo interrompido e o ponto espiga.»

(Café Portugal)

«Arraiolos - tapetes tecem a tradição em lã»

Uma arte e uma matéria que pretendemos recriar em novos e diferentes produtos de design inusitado, mantendo todo o simbolismo e significados mas num conceito renovado de peças de luxo. Para trazer novos rostos à tradição, retirando lições de como produzir com qualidade e procurando ir ao encontro de quem não só procura satisfazer as suas necessidades e prazeres, mas também ainda espera ser surpreendido...

«Em Arraiolos fazem-se tapetes com nome inspirado na toponímia da vila alentejana. Labores que aguardam uma certificação de origem, enquanto bordadeiras continuam a dar vida às telas. Com lã se desenham flores, animais e padrões geométricos. A multiplicidade de cores dos tapetes espreita a cada esquina na localidade de paredes brancas. (...)»


«Também a origem dos desenhos se perde no tempo. Os motivos que chegaram aos nossos dias serão sobretudo inspirados na Pérsia. Pelo ano de 1600, mercadores que transacionavam alcatifas espanholas e orientais terão recorrido à experiência alentejana para que fossem feitos artigos com decorações persas. A origem mourisca terá assim passado para uma influência oriental. (...) A influências dos tapetes de Arraiolos parecem ser várias e dispersas no tempo. No entanto, a arte ficou até aos dias de hoje e faz-se por mulheres orgulhosas em colocar na tela flores, animais e mesmo desenhos geométricos.»